Cidade-Fantasma.

A realidade já não basta.
Aqui na Cidade Fantasma, as ilusões já não suprem ninguém.
Com sonhos sobre as sarjetas mais desejadas.
Não consigo definir o que é real.
Pedidos desesperados por entendimento.

Quem nunca se jogou na sargeta só para ter de se odiar na manhã seguinte?
Caminhando, nariz escorrendo, tremendo em busca do remédio que toma conta da sua mente.
Logo encontra-se em teu ápice. É o êxtase, e você não pode deixa-lo ir embora, não agora.

Agora não consegue manter a alma em teu corpo. É hora de ir.
O incrível perdedor, acredita ser um decadente vencedor.
A ilusão toma conta de sua mente, é real.
Na manhã seguinte, entre perdedores e vencedores. É mais um perdido.
Apático, essa foi a escolha.

A real-ilusão é encantadora.
Aqui na Cidade Fantasma, são todos iguais.

Um teatro de perdidos entrete qualquer viajante.
Logo, todos são iguais. Viajantes desejam ser.
E todos tem seu ápice juntos, todos se entendem perdidos, em meio os escombros.
 

Nada mais importa.

Profissional ídolo falso.

Eu acreditava estar acima.

Era o ídolo dos frágeis.

Deixei para trás tudo o que eu finjia não me importar.

Amei tudo o que eu finjia acreditar.

Pensei em tudo o que pudesse mudar.

Imaginei mais do que eu pudesse fazer. 

Declamei minha hipocrisia e esqueci da coerência.

Fiz de tudo pela minha auto-estima.

E foi tudo por água abaixo, seguindo a correnteza de um rio de fraudes.

Foi impossivel não agir como um sem-vida, morto.

Foi quando eu disse á mim mesmo "obrigado de qualquer maneira".

Deixei de ser covarde e comecei a morrer, por dentro.

Comecei a ouvir a voz que vinha de dentro, dizendo para eu manter a luz apagada.

Num instante eu me senti como um pedaço frio.

E ví!

Vi olhos de anjos, tentando quebrar a minha ida.

Ví o diabo a meu lado, sorrindo.

E por fim, já em um surto psicótico.

Agarrei as geladas mãos de jesus.

Vá...

Vá.