Instruções para melhor entendimento:

Sempre ao fim de uma frase, vírgula ou ponto, pare de ler e pense, entenda e então continue.
Leia em voz alta, com entonação e sinceridade.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

não tem título

Conheci um cara, com cara de "não se aproxime, ou tomara umas boas bordoadas verbais", ele queria pagar uma de hippie com seus discursos "beatnikenses", sua contradição prática-filosófica, ele parecia curtir ecologia, tinha um cabelo comprido, era fora dos padrões desta época, ele também tinha uma cara de drogado, com certeza, pelo menos alguns baseados aquele cara fumava...
Comecei a me aproximar dele, vi que a imagem que eu tinha dele desapareceu, ele além de muito teórico, e disperso do mundo só dando ênfase a diversão, que é a coisa que o ser humano menos faz - dizia ele - ele era carente, e só procurava alguma maneira de escapar dos seus medos e da realidade que ele pouco gostava... E, sim, ele era drogado.
Comecei a me apaixonar por ele, pelo jeito dele, e por ser tão apaixonado pela vida, e ao mesmo tempo despreza-la totalmente. Ele até curtia estudar mas só o que interessava-o, ele tentava se encaixar nos padrões, tentou muitas vezes - segundo ele - e sempre se achou diferente - e realmente, ele era diferente - não só por seus longos cabelos, sua alta estatura, suas roupas, seus cadernos, tatuagens, brincos, piercings, alargadores e sua cruel expressão facial de gringo - algumas destas coisas, quando eu o conheci, ele já havia desencanado pelo fato de tentar se padronizar, e, com toda a certeza sua expressão não haveria mudado nem um pouco. Mas o que realmente chamava atenção naquele ser divertido, era o amor. Ele sempre odiou esta palavra e tudo que se relacionava ao amor pessoal, ele era paz e amor, mais não me refiro a este amor, ele tinha seus segredos, e alguns deles ele nunca me contou. O que eu sei é que ele realmente sabia viver, e não se importava em como sobreviver. Ah, como ele dava trabalho pra família, eles não aceitavam a forma de ver o mundo que aquele grande doido tinha, ele não queria ser mais um sobrevivente do capitalismo, ele só se contentava com o pouco que poderia ter, se tivesse seus baratos e suas viagens ele estaria seguro. Cara, como ele adorava sair encher a cara, fumar seus baseados, cheirar as carreiras, e dizer que aquilo era felicidade, além falar de bobagens com seus "amigos" a noite toda, por algum motivo ele separava as coisas, ele sabia que não é bom confiar... Eu sempre achei que ele deveria ter rancor ou guardava mágoas.
Bom, eu ficava na cola dele, ele era como um ídolo, sempre se sentiu um, como o dono da verdade e da razão, sua consciência e fé no que ele mesmo dizia era de mais, eu queria ser como ele, era convicto mesmo sabendo estar errado, ele contornava uma situação como um político corrupto consegue ser reeleito apenas com palavras entorno da mesma situação, se ele quisesse ser político eu tenho certeza que ele conseguiria, mas tenho certeza de que não se corromperia.
Apenas acho que o mundo seria melhor com mais pessoas como ele, com mais pessoas vivendo...
(continua?)

7 comentários:

  1. eu gostei da descrição, pomenorizada, esmiuçando tudo. Mas, gostei mesmo foi desse chapa.

    Falar de amor e não amar é coisa pra otário.
    E quem tem vocação pra otário desconhece uma figura destas aí no meio de mil...de uma multidão.

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  2. Não faço questão de fãs anônimos hauhuahah... quem é?

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  3. Você não me conhece, mais.. jessicafingoli@hotmail.com

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